A crise hídrica que ameaça um dos principais destinos turísticos de Mato Grosso será um dos temas do 5º Workshop Geoparque Chapada dos Guimarães. O evento será realizado no dia 17 de outubro de 2025, a partir das 8h, na Câmara Municipal, para debater os desafios e buscar soluções para a falta de água que afeta moradores e a economia local. As inscrições são gratuitas.

Foto: Secom-MT
A imagem da cachoeira Véu de Noiva praticamente seca, um dos principais cartões-postais do estado, estampou os noticiários no período de estiagem de 2021. O fenômeno não apenas frustra parte dos 140 mil turistas que visitam o parque anualmente, mas se soma à falta de água nas torneiras dos moradores da cidade.
O debate contará com a presença do secretário de Turismo e Meio Ambiente de Chapada dos Guimarães, Alexandre Eustáquio, com uma palestra que explicará por que há falta d’água em determinados pontos do município e quais alternativas podem ser adotadas para mitigar o problema.
Para o presidente da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), Caiubi Kuhn, entidade organizadora do Workshop, a discussão é fundamental e precisa envolver toda a sociedade.
“É importante lembrar que parte do abastecimento de água de Cuiabá vem de Chapada. Vários rios nascem aqui, mas o município está sobre rochas com baixa disponibilidade hídrica. O evento vai apresentar um panorama técnico sobre essa realidade e propor caminhos para o futuro”, afirma Kuhn.
O evento é promovido pela Febrageo, Geoparque Chapada dos Guimarães e Associação dos Geólogos de Cuiabá (Geoclube), com apoio da Prefeitura Municipal de Chapada dos Guimarães, Agemat e Singemat. O patrocínio é do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT).
Geoparque em pauta
O evento conta com uma extensa programação. Outro destaque é a mesa dedicada a falar sobre os fósseis de Chapada dos Guimarães, que abre a programação. A região é reconhecida por diversos achados, inclusive com a recente descoberta de um conjunto de fósseis que, possivelmente, é o mais completo registro de dinossauros do Cretáceo Superior do país. Os professores doutores da UFMT Silane Caminha e Rogério Roque Rubert irão conduzir a atividade.
O processo de transformar a região em um Geoparque mundial, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (Unesco), também será pauta. O Geoparque Chapada dos Guimarães é uma área que abrange todo o município e promove a conservação do patrimônio natural por meio da educação, do turismo e da sustentabilidade. Com 25 pontos de interesse geológico, o Geoparque valoriza as belezas naturais e a história da região, incentiva o turismo responsável e a preservação ambiental.