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POLÍCIA

PF mira ex-presidente da OAB-MT em operação

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (13), a 5ª fase da Operação Sisamnes, cumprindo seis mandados de sequestro de bens em Mato Grosso. A ação tem como objetivo aprofundar as investigações sobre um esquema de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa, supostamente estruturado para ocultar a origem ilícita de propinas destinadas à compra de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Entre os alvos da operação no estado estão o renomado advogado Ussiel Tavares, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e uma mulher identificada como ex-secretária do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2024 em Cuiabá.

Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão no país, sendo quatro deles em Cuiabá e dois em Primavera do Leste (a 235 km da capital). Além disso, a Justiça determinou o sequestro de aproximadamente R$ 20 milhões em bens e valores e a proibição dos investigados de deixarem o país, com a consequente apreensão de seus passaportes. Até o momento, nenhuma prisão foi efetuada.

O escritório de advocacia de Ussiel Tavares, figura de destaque no meio jurídico mato-grossense, foi um dos locais onde os mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Tavares construiu uma longa trajetória na OAB-MT, tendo sido conselheiro estadual a partir de 1989 e presidente da seccional por dois mandatos, entre 1998 e 2003.

Entenda a Operação

As investigações da Polícia Federal revelaram a existência de uma complexa rede financeira e empresarial utilizada para lavar dinheiro, buscando dissimular a origem ilícita de supostas “propinas” pagas para influenciar decisões no âmbito do Superior Tribunal de Justiça. O objetivo do esquema seria romper a ligação direta entre o agente corruptor e o servidor público corrompido.

As fases anteriores da Operação Sisamnes tiveram como alvo os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, ambos afastados de seus cargos e monitorados por tornozeleira eletrônica.

Outro nome central na investigação é o do empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como o principal intermediário nas negociações das decisões judiciais. Ele está preso em Brasília e teve um pedido de liberdade negado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PF, Gonçalves exercia um papel de liderança e influência na venda de decisões judiciais e de informações processuais privilegiadas, envolvendo intermediários, advogados e servidores públicos.

A atual fase da operação busca aprofundar o rastreamento do fluxo financeiro e identificar outros possíveis envolvidos no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

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