O delegado Adan Marx Ximenes detalhou os momentos de crueldade que culminaram no assassinato de Samara da Conceição, ocorrido nessa quinta-feira (11), no bairro Jardim Alvorada, em Colíder. A principal acusada é a filha da vítima, uma adolescente de 13 anos, que teria sido a idealizadora e participante ativa do crime, ao lado do namorado e de um amigo.
De acordo com o relato do delegado, baseado nas confissões dos próprios adolescentes, a execução foi meticulosa e chocantemente fria. Samara foi surpreendida enquanto dormia. A filha pulou em suas costas e colocou um material – possivelmente um laço ou corda – em seu pescoço para sufocá-la. Enquanto isso, o namorado da adolescente imobilizava o braço esquerdo de Samara, e o outro amigo segurava o braço direito. Um quarto adolescente, também envolvido, foi responsável por imobilizar as pernas da mãe, que estava completamente vulnerável.
O delegado Ximenes narrou que, mesmo diante da agonia, Samara conseguiu suplicar diretamente à própria filha. “A mãe ainda suplicou a própria filha, perguntando a esta o porquê que ela estaria fazendo aquilo”, disse o delegado, destacando a frieza com que os jovens descreveram a cena. “Tudo narraram com frieza de detalhes”.
Os adolescentes calcularam o tempo exato do sufocamento. A filha teria informado que a mãe “parou” de lutar após aproximadamente três minutos. Após a execução, o namorado da jovem chegou a verificar o pulso de Samara e confirmou que ela já estava sem vida.
O delegado deixou claro que o homicídio foi premeditado. Todos os envolvidos foram para a casa de Samara já cientes do plano de matá-la. Eles chegaram a considerar métodos mais violentos, como “pauladas ou facadas”, mas optaram pela asfixia para consumar o crime.
Os adolescentes foram apreendidos pela Polícia Militar quando tentavam fugir da cidade. Eles estavam com R$ 4 mil em posse, quantia roubada da vítima e que, de acordo com a polícia, seria utilizada para custear gastos em uma festa agropecuária. O comportamento do grupo chamou a atenção durante a abordagem, já que estavam “tranquilos, rindo e conversando”.
Os três adolescentes foram encaminhados à delegacia para prestar depoimento e, posteriormente, devem ser sentenciados às medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).