
O Abrigo Bom Jesus, que acolhe idosos em situação de vulnerabilidade, vive uma situação crítica devido ao atraso de 2 meses no repasse de um convênio com a Prefeitura de Cuiabá, no valor de R$ 130 mil. O espaço, que hoje abriga 98 idosos, enfrenta dificuldades para manter as suas atividades e garantir o bem-estar dos abrigados.
Segundo a presidente da instituição, Márcia Ferreira, o convênio com o município é vital para a manutenção do abrigo. “Nós temos um convênio com o município, uma vez que Cuiabá não possui uma casa de acolhimento, e somos nós quem fazemos esse papel. A Prefeitura encaminha para nós os idosos abandonados na cidade, muitos deles em situações extremas, como na rodoviária, nas ruas ou até em hospitais”, explica.
O valor repassado pela Prefeitura é utilizado para cobrir a folha de pagamento dos 72 colaboradores que trabalham no local. Sem esse recurso, o funcionamento da instituição fica comprometido. “O convênio é a nossa principal fonte de renda, com o qual conseguimos pagar os nossos funcionários e garantir as condições básicas de atendimento. O que nós temos agora é a ajuda da sociedade e de voluntários, que fazem doações para suprir as necessidades urgentes, como alimentos e medicamentos. Por exemplo, estamos precisando de proteína animal”, revela Márcia.
Apesar das dificuldades financeiras, a presidente destaca o apoio recebido após a divulgação da situação na mídia. Na semana passada, a secretária municipal de Assistência Social, atual vice-prefeita de Cuiabá, esteve no abrigo para uma reunião de trabalho e, embora não tenha definido uma data para o repasse, se comprometeu a buscar uma solução para o pagamento.
Além do atraso nos repasses, a instituição também enfrenta dificuldades com a falta de profissionais de saúde. Por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público, a Prefeitura se comprometeu a enviar técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos ao abrigo, mas, até o momento, o atendimento está comprometido. A equipe do abrigo fez um apelo à Secretaria Municipal de Saúde, solicitando a reposição dos profissionais ausentes.
“A falta de técnicos e profissionais da saúde compromete diretamente a qualidade do atendimento. Não basta apenas oferecer abrigo, é necessário garantir cuidados médicos adequados, como a presença de enfermeiros e médicos para um atendimento completo”, afirma Márcia.