
O deputado Wilson Santos (PSD) voltou a criticar a gestão da segurança pública em Mato Grosso e o elevado número de policiais militares cedidos para atuar em órgãos públicos. Para ele, o desvio desses profissionais contribui para o aumento da criminalidade e o enfraquecimento do policiamento ostensivo.
“Mais de 600 policiais estão à disposição de outros poderes. Só aqui na Assembleia são mais de 70. Eu talvez seja o único deputado que não tenha nenhum policial como assessor. Nunca tive segurança e não teria coragem de tirar um policial das ruas para cuidar de mim e da minha família”, declarou.
O parlamentar destacou que a devolução desses agentes aos batalhões seria fundamental para reforçar o patrulhamento. “Talvez o nível de insegurança fosse menor se esses policiais estivessem nas ruas”, disse, ao comentar também os conflitos da operação policial no Rio de Janeiro, que já deixaram mais de 128 mortos.
Wilson criticou ainda a postura do governo estadual diante do aumento dos feminicídios. Segundo dados do Observatório Caliandra (MPMT), 45 mulheres foram assassinadas em 2025, número próximo ao recorde de 2024, que teve 47 vítimas.
“Vejo campanhas dizendo que o Estado tem mão forte contra o feminicídio, mas o que se vê é o contrário. É recorde atrás de recorde, e só propaganda. O Estado, União e município precisam se assessorar com quem entende de segurança”, afirmou.
A fala reforça as cobranças na ALMT por reposição de efetivo. Conforme o deputado Elizeu Nascimento (PL), o número de policiais militares permanece praticamente igual ao de duas décadas atrás, com parte da tropa próxima da aposentadoria e 1.300 aprovados aguardando convocação pelo governo.